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Por que é preciso falar sobre Suicídio?

        Pontuando o suicídio

O projeto SUICÍDIO: É PRECISAR FALAR é desenvolvido pelo Centro Espírita Trabalhadores da Luz Eterna (Cetle) desde janeiro 2018, sendo coordenado pelo presidente da instituição, Jorge Couto.  

E por que é preciso falar sobre o suicídio? A primeira razão é a quebra de tabus e o enfrentamento do problema. O suicídio é uma questão de saúde pública, que leva 32 brasileiros por dia, mais do que o HIV ou muitos tipos de câncer, por exemplo. Assim, se o suicídio pode ser evitado, em 90% dos casos, como aponta a Organização Mundial da Saúde, é preciso saber como preveni-lo e isso só se sabe com informação e conhecimento. “Por isso, é preciso falar”, argumenta Jorge Couto.

De acordo com ele, a sociedade em geral precisa reconhecer sinais, diferenciar mitos e verdades, ouvir profissionais e ter acesso a formas de apoio, como é o projeto do Cetle. “Conversar é primeira ação. Pessoas que pensam em suicídio sofrem uma grande dor e não enxergam uma saída para elas. A grande maioria que pensa em suicídio não quer necessariamente morrer, mas acabar com a dor que sentem e não sabem como”, frisa Jorge Couto.

         

           QUER CONVERSAR

         SOBRE SUICÍDIO?

Mesmo que você não tem certeza de que precisa de nossa ajuda, não tenha receios em entrar em contato com a gente. Um de nossos voluntários estará à sua disposição.

                                             

               trabalhadoresdaluzeterna@gmail.com

            

PALESTRAS DO PROJETO

SUICÍDIO: É PRECISO FALAR

ANO: 2018

DIA: todas as ÚLTIMAS sextas-feiras do mês

Horário: 19h30

LOCAL: Centro Espírita Trabalhadores da Luz Eterna, Rua dos Titos, 835, bairro Aurora. Uberlândia (MG).

Jorge Couto

De acordo com depoimentos colhidos através de diálogos que mantivemos com espíritos suicidas desencarnados, ao longo de 30 anos de trabalhos mediúnicos, observamos que a muitos deles foram unânimes em alguns pontos. Exemplos: cobravam de suas famílias uma atenção especial, cobravam que a sociedade os excluiu, achavam que Deus os esqueceu no sofrimento da vida... Em geral, se sentiam abandonados por tudo e todos.

Após ouvi-los com paciência e respeito, buscando entender o que se passava, fizemos a todos a mesma pergunta:

- Quando vocês estavam atravessando os conflitos, se sentindo abandonados, injustiçados, ou que achavam que nada mais tinha uma solução, vocês chegaram a pedir ajuda a alguns dos familiares, chegou a comentar com algum amigo, pediu conselhos a alguém?

E para nossa surpresa, todos responderam do mesmo modo:

 - Não!

Então perguntamos:

- E por que não pediram ajuda?

As respostas foram equivalentes:

-  Nessa hora nós não confiamos em ninguém, nem em pais e nem amigos. Tínhamos medo de expor nossas fraquezas, nossos erros, nossos medos, e sermos mal compreendidos e sermos acusados de covardes, de fracos, de idiotas. Tínhamos medo que depois de nos ouvirem saíssem comentando e expondo nossos problemas e nossas fraquezas.

O que nos chamou a atenção nessa resposta, foi que essas mesmas razões foram colocadas por alguns encarnados que tentaram o suicídio, porém foram salvos por terceiros e que tinham recuperado a autoestima. Disseram a mesma coisa: que quando atravessavam suas amarguras, não procuraram ajuda por não confiar em ninguém, nem pais, irmãos, cônjuges, amigos etc.

 

Um deles disse que só pensava em acabar com o sofrimento, era uma espécie de vingança com aqueles que imaginava ser os culpados de suas desditas. Ainda achavam que a vida não tinha mais sentido, nem pais, nem filhos, nem o cônjuge significava mais nada pra eles. Tamanha é a gravidade da situação. Então, a ideia fixa de se matarem bloqueou os sentimentos e a própria razão, segundo eles, assim se afastando das pessoas, se isolaram do mundo, da família, se negavam a receber visitas. Não tinham fome.  Outros disseram que passaram a comer exageradamente. Outros disseram que saíram de casa e buscaram no vício do álcool, do cigarro ou nas drogas ilícitas um recurso de amortizar o sofrimento e, com isso, os males se agravaram mais ainda.

Ficaram surpresos quando eu lhes disse que não era justa a cobrança deles, pois ninguém estando encarnado advinha pensamentos. Se eles não falaram nem pediram ajuda a ninguém, como cobrar isso das pessoas, pois o silêncio partia deles.

E diante do exposto, eles mesmos concluíram, tanto os que suicidaram quanto os que foram salvos a tempo, que os problemas que eles viviam teriam solução. E que ao procurarem ajuda, ao desabafarem suas angustias, eles mesmos descobriram que era fácil solucionar seus problemas. E mais: que a solução estava neles mesmos, que muitos problemas eram só uma questão de perdão, de recomeçar após um erro, de ser mais humilde e menos orgulhoso, por achar que não poderiam errar na vida.

Então lhes perguntei aos encarnados:

-  Como vocês se sentiram após desabafarem seus problemas, suas angústias?

E foram também unânimes na resposta:

- Muito aliviados.

E que metade de seus problemas se resolveram por si só no desabafo, pois a metade dos problemas eram causados pelo medo de expor-se. E concluíram que outros tantos dos problemas eram fictícios, ou seja, criados por eles em decorrência dos valores que atribuíam a cada problema. Disseram ainda que o diálogo foi o remédio, o alívio imediato.

Os suicidas afirmaram que, mesmo depois de terem passado por intenso tratamento no plano espiritual, o diálogo de desabafo trouxe-lhes grande alívio. Disseram ainda que tinham a esperança que seus depoimentos poderiam ajudar aos que pensam em suicídio, no sentido de que devem procurar ajuda, saírem do seu silêncio, confiar naqueles que os amam, e acima de tudo buscarem na fé em Deus o auxílio para suas vidas.

 

E ainda nessa colheita de dados, nossos irmãos suicidas trouxeram outras pérolas neste assunto. Informaram que, após o ato do suicídio  praticado, a primeira surpresa  para todos foi que não tinham conseguido morrer, pois estavam mais vivos que antes, porém com a angústia latente e  a sensação do desespero do ato de matar o corpo refletindo na alma imortal.

 

Era tamanha a realidade que o desespero cristalizou em seus mundos íntimos como uma eternidade, a cena do suicídio, de acordo com o modelo da morte escolhida. Por exemplo: os que ingeriram veneno, sentiam a angústia do veneno corroendo-lhes por dentro, asfixiando-os. Também sentiam as contrações das dores. Os que se enforcaram, sentiam a corda asfixiando-lhes e o desespero por não poderem respirar. Os que se cortaram, sentiam o sangue esguichando sem parar, sufocando-os. Alcoólatras, sentiam-se vomitando o fígado constantemente. Enfim, cada modalidade tinha uma consequência diferente. E em todas essas realidades eles estavam conscientes e lúcidos, embora perturbados sem entender como isso se passava.

Disseram que foram alcançados pela misericórdia Divina, porém cada um a seu tempo, e que foram internados nos hospitais da Colônia Maria de Nazaré (local de atendimento aos suicidas presidida pela mãe de Jesus, Maria de Nazaré), onde cada caso requeria um tipo de tratamento diferente. E que após esses tratamentos, tiveram ciência dos danos que o ato lhes acarretou e souberam o quanto será difícil a reabilitação nas próximas reencarnações. Os primeiros passos para isso é reparar, com o corpo físico, a lesão provocada. Sabem que essas lesões refletirão no corpo físico futuro como um expurgo da alma. Somente depois dessa etapa e que virão as reparações com o meio e com as pessoas prejudicadas pelo ato.

 Outra informação preciosa que eles nos deram é que o suicídio causa prejuízos a uma corrente de espíritos que aguardam no plano espiritual para vir reencarnar no seio da família do suicida.  É que todo planejamento reencarnatório acompanha uma sequência das chamadas gerações, avós, pais e filhos ou terceiros. Quando há uma desistência do curso de algum membro dessa programação familiar, seja pelo suicídio, aborto ou homicídio, o projeto espiritual é prejudicado, pois o suicídio compromete a vinda dos que esperavam a vez de vir e, de acordo com o grau de adiantamento em que se encontrem, ficaram decepcionados ou mesmo enfurecidos. Revoltados contra aquele que foi causa de rompimento...

Notemos que o investimento Divino na reencarnação de um individuo é muito grande, e que a vinda dele para o plano físico é de grande responsabilidade, pois, na realidade, todos nós estamos sustentando a caminhada de muitos outros, assim como muitos outros estão sustentando a nossa jornada. O preço da fuga pelo suicídio é severo, e a lei que nos pune é justa, pois nenhum ser desconhece essa lei, pois ela está gravada em nossa consciência.

Fica assim o nosso conselho de hoje: se você tem esse pensamento de que a morte acabará com todo teu sofrimento, esquece, pois só matamos o corpo físico, e a alma continuará viva e os sofrimentos se multiplicarão ao ponto de perdurar por muitas outras reencarnações futuras. O melhor é procurar ajuda, buscar uma religião para seguir. As casas espíritas oferecem diálogos fraternos, passes, tratamentos de ordem espiritual, estudos das causas. Procure uma para se orientar, vá um psicólogo, procure seus familiares que te amam, quebre esse silêncio, fale, peça ajuda, mas não se mate, pois isso não vale a pena.

Lembra-te que para tudo tem jeito, menos para a morte do corpo físico. Uma vez desligado definitivamente desse corpo, o Espírito não volta para ele. E ficará vagando no sofrimento, muitas das vezes, o tempo que duraria o seu período estabelecido para a reencarnação. Exemplo: se fosse para viver 80 anos e o suicídio foi aos 30, os 50 anos restantes poderão ser só de sofrimento até o seu resgate. Ou dividir esse tempo em parcelas reencarnatórias, com mortes em tenra idade. Pense nisso e se fortaleça. Vamos encarar os problemas da vida com coragem e de cabeça erguida, pois tudo passa. Nada aqui é eterno, tudo é transitório até mesmo nós.

Que Deus, que Jesus e a nossa Mãe Santíssima, nos abençoe hoje e sempre.

Jorge Couto.

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